segunda-feira, 30 de julho de 2018

O fazedor de marionetes

E lá no passado ficaram as brumas enevoando a visão de todos nós. Sempre havia aqueles que soavam como voz de alerta, mas que para nós apenas não compreendiam a "sublime missão". Mas hoje, é dia de céu azul, é hora da névoa se desfazer e agora que as brumas permaneceram no passado posso olhar e ver de fato como os desejos de outrem se fizeram parecer missão humanitária e enganou a todos nós.
De repente os véus se caem e o que permanece é a visão de um ego repleto de mágoas e necessidades tão íntimas que quase tornou capaz de moldar, de tentar mudar, de fazer parecer Um, aquilo que na verdade foi puramente a necessidade de uma exclusividade doentia.

"E lá estava o fabricante de marionetes, construía cada uma a seu bel prazer, as fazia dançar lindamente, deu vida a elas! Porém não poderia imaginar que se tornaria quase um com elas, e assim passou a viver....entre seus bonecos, cada qual mais único que o outro, detalhe este que ele não percebia, pois os moldava com suas próprias mãos e os enchia de vontade verdadeiras.
Surpreendeu-se no dia em que seus...seus...SEUS bonecos não eram mais tão seus assim, haviam começado a enxergar a loucura por trás da face racional do fazedor de marionetes, e se libertaram! Tornaram-se únicos de verdade, tornaram-se o que eram, mas ainda tinham carinho pelo fazedor de marionetes, mas este não podia mais sentir."

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A janela que não se fechou

Nunca te contei, mas me lembrei.
Há quem se lembre de um passado tão distante que perpassa o tempo lúcido, os dias atuais, a história contemporânea...enfim, que vai além da própria vida que se conhece.


E a casa era simples, perto da mata, o sol invadia o quarto e deixava aquela luz de poeira em cima da cama. A janela pequena de madeira ficava sempre aberta, tanto para o sol quanto para a luz da lua. A colcha amarela com flores bem pequenas era aconchegante e aquecia o pequeno quarto.
A mulher que morava ali era jovem e passava grande parte do dia sentada à janela.
Havia um homem, vc, de quem a memória veio contar esta história, seu papel ainda está lá, mesmo que incerto, meio sem saber ao certo.
Um dia...o astronauta apareceu...a salvou...ela, tinha medo, sentiu-se assim, apavorada...o herói desceu das estrelas e a levou pela janela de madeira que sempre estava aberta... e só. O homem, gritou e ficou, ficou na casa, agora só...ele, a janela e a colcha amarela....por mto tempo, mais tempo do que ele queria q fosse.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A simplicidade de Deus e os nossos pedaços

Entre as estrelas encontro partes de minh´alma que ainda vaga no infinito espaço-tempo.
Vejo os pedaços desaparecidos que pairam entre as nebulosas nesta noite quente de verão, sei que muitas vezes alguns resquícios recaem sobre minha mente que ainda teima em confundir os dogmas com aquilo que é essência. Neste teatro-vida sigo meus dias aqui, neste planeta azul buscando estar em sintonia com o universo, e deixar a vida tecer sua trama envolvente.
Sinto-me em paz, sento-me na varanda da minha casa de pano e espero.....espero a mão de Cristo guiar a minha senda, na certeza de que Aquele que é o puro Amor, Aquele que é Deus se faz simples e acessível. 
Hoje o Sol desce à Terra para ouvir meus lamentos, minha alegrias, encontros e questionamentos, Deus docemente abre seus ouvidos e lança suas palavras sobre mim, porque sinceramente abri meu coração e pedi que estivesse aqui, neste fim de noite para ouvir como foi o meu dia.


Campo do girassol contra o céu dramático e um sol nascente Banco de Imagens - 38275862

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Meu relógio solar

Sinto saudades de quando os sonhos eram constantes, talvez por causa da facilidade em ver a vida com um tom saudável de ilusão.
É meio triste isso, mas é assim que é. Acho que isso é mais normal do que deveria ser.
Me sinto tão minúscula aqui à beira da janela do meu quarto que é quase doloroso. Penso sobre minha rotina, sobre os sonhos arrancados de mim, sobre o que eu deixei p atrás, sobre as escolhas e suas consequências, algumas com uma bagagem que lhe é própria, com seu peso tão peculiar que fantasio voltar no tempo e fazer diferente. Me pego modificando detalhes, respondendo ao que não foi dito com a rispidez que era merecida. Me vejo gritando mágoas engolidas num momento de compaixão à pessoa que possue um coração de pedra e não se cansa de suas lancetas duras como aquilo que bate em seu peito.
Nem sei em que ponto do caminho eu fui arrancada de mim, nem sei se fui, sei que já não é como antes.
Também não sou a pessoa com a melhor autoestima para ponderar se estou pior ou melhor, pois eu mesma sei que tudo muda o tempo todo e tudo isso pode se ajeitar e tomar uma forma diferente.
Só sei que hoje é assim, como eu disse aqui da janela do meu quarto eu vejo as nuvens carregadas no céu e me sinto deslocada, e questiono minha existência e tudo o que a minha vida é hoje e sabe o que me resta? Minha flor, dormindo ... tão segura...e vejo que ela é o meu pedaço, e sinto uma gratidão muito grande invadir meu peito por ela estar aqui comigo agora, e de uma forma ou de outra eu simplesmente sei que ela estaria comigo qualquer fosse a minha escolha, pois ela é o meu destino.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Almas-borboletas


Vens, num bailar ledo encher a taça de água cristalina,
Vens, num olhar risonho, encher os corações de sonhos,
Vens, tocar o sino anunciando dias de júbilo,
Vens de sapatos azuis e laços de fitas verdes laurear as montanhas dançantes.
Vens temperar os gigantes adormecidos entre couraças e carapaças.
Vens, porque é preciso!
Vens, exatamente por isso..
Porque nasceste do próprio sonho de Deus.